John Doe desperta do sono. Após se livrar da languidez extasiante, prepara seus pensamentos para o dia que tem a “cumprir”. Estranhamente, o ambiente à sua volta não exibe nada do que ele se sente habituado a ver. Trata-se de uma superfície plana que se estende até o horizonte, sem nenhum tipo de acidente, que se põe abaixo de um espaço aparentemente vazio (provavelmente preenchido apenas por ar atmosférico), sem qualquer tipo de aglomeração de substâncias quaisquer. É notável o reflexo da cor branca pelo solo homogêneo, assim como pela atmosfera homogênea do lugar. Essa cor faz com que, no horizonte, a superfície e o que há (ou não há) acima dela se confundam.
A memória de John não se manifesta ativamente. Ele apenas busca saber o que precisa fazer. Não sente fome, não sente cansaço, não sente nenhum odor no ar. Não enxerga nada em qualquer direção. Porque não andar um pouco para ver o que está lá ao longe? Após vagar por um período tempo difícil de mensurar, a paisagem continua a mesma. John tem andado bastante, no entanto as coisas permanecem as mesmas.
Ele se atira no chão, e tenta analisar um pouco o solo onde pisa. Esse solo oferece uma base segura a seus passos, mas ao mesmo tempo é mais liso do que a pedra mais polida que ele jamais concebera em sua imaginação, e também mais duro e mais rígido do que pedra mais dura e mais rígida! Não transmite o som de uma pancada, não possui odor e é homogêneo até onde os sentidos conseguem alcançar! Mas o que há com esse lugar tão monótono???
Já prostrado no chão, Johnny deita-se e tenta adormecer na esperança de acordar em uma outra realidade. Sem idéia de quanto tempo se passou, abre os olhos novamente. A situação permanece a mesma. Põe-se novamente a andar.
Por mais que caminhe, por mais até mesmo que corra, não se cansa. Apesar de o corpo resistir, Johnny se zanga. Não possui mais espírito para se locomover. Passa a se questionar: de que adianta me deslocar por este lugar? Senta-se e busca refletir. Pensa então que não precisa mais do chão, seria mais fácil se não sofresse com esse limite. O que se esconderia por debaixo dessa superfície afinal? Não faria mais sentido que isso lhe fosse revelado logo? Ergue-se então e torna a andar, mas após poucos passos, perde o chão. Despenca. Está em queda livre, ganhando velocidade.
Não é possível enxergar nada além da imensidão branca, monótona, há luz emitida de todos os lados. Não parece haver limite para a queda de Johnny. Ele constata, contudo, que há uma atmosfera, pelo menos. Utiliza-se disso para alterar a direção de sua queda. Sente o modo com que o ar passa pelo seu corpo e o empurra em uma direção. Apesar da velocidade que adquire, não chega a nenhum lugar diferente. Está em queda por tanto tempo que já se acostumou com a resistência do vento. Pode se mover, mas, será que existe ar mesmo? Não há mais como dizer. A ausência de um ponto de referência o faz questionar sua velocidade. Não percebe o tempo que passou sem pensar nisso, mas não escuta mais nenhuma forma de som. Talvez realmente não haja ar passando através de suas orelhas. O fato de seu cabelo estar em pé deve ser baseado na ausência de uma força gravitacional então. Não há mais nada nesse lugar que possa exercer tal força sobre ele! Johnny questiona a necessidade então de coisas como força gravitacional e existência do ar. Nessas circunstâncias, pra quê precisaria disso?
E essa cor branca? De onde vem? Essa luz? O que há nesse lugar para ver? O que há nesse lugar para sentir? Pensa então que se por acaso fechar os olhos e se convencer de que ao invés de branco tudo se trata da cor preta, como se o branco viesse da própria cabeça, ao abri-los novamente não enxergaria nada, nada mais de branco por todos os lados. Assim tenta.
Ao abrir novamente os olhos, não há o que enxergar, está tudo escuro. Questiona então de quê que servem os seus membros. Para quê os quer agora? Já não os enxerga, e ao tentar tocá-los, constata que já não consegue mais.
Talvez isso tudo seja uma ilusão provocada pela imersão em um tanque de isolamento! Só pode ser! Mas não se lembra de nada de um possível momento anterior à imersão em tal tanque. O fato é que só restou ele e a própria consciência. É como se não tivesse mais acesso a nada além da própria imaginação. Se não existe outra coisa, pra quê ele existe então?
Só resta mais uma coisa desaparecer. Esse é o lugar onde nada existe além de uma coisa só. Johnny sente como se tivesse perdido seu significado, assim como o chão, o ar, a luz, a matéria.
Nada mais existe.
A memória de John não se manifesta ativamente. Ele apenas busca saber o que precisa fazer. Não sente fome, não sente cansaço, não sente nenhum odor no ar. Não enxerga nada em qualquer direção. Porque não andar um pouco para ver o que está lá ao longe? Após vagar por um período tempo difícil de mensurar, a paisagem continua a mesma. John tem andado bastante, no entanto as coisas permanecem as mesmas.
Ele se atira no chão, e tenta analisar um pouco o solo onde pisa. Esse solo oferece uma base segura a seus passos, mas ao mesmo tempo é mais liso do que a pedra mais polida que ele jamais concebera em sua imaginação, e também mais duro e mais rígido do que pedra mais dura e mais rígida! Não transmite o som de uma pancada, não possui odor e é homogêneo até onde os sentidos conseguem alcançar! Mas o que há com esse lugar tão monótono???
Já prostrado no chão, Johnny deita-se e tenta adormecer na esperança de acordar em uma outra realidade. Sem idéia de quanto tempo se passou, abre os olhos novamente. A situação permanece a mesma. Põe-se novamente a andar.
Por mais que caminhe, por mais até mesmo que corra, não se cansa. Apesar de o corpo resistir, Johnny se zanga. Não possui mais espírito para se locomover. Passa a se questionar: de que adianta me deslocar por este lugar? Senta-se e busca refletir. Pensa então que não precisa mais do chão, seria mais fácil se não sofresse com esse limite. O que se esconderia por debaixo dessa superfície afinal? Não faria mais sentido que isso lhe fosse revelado logo? Ergue-se então e torna a andar, mas após poucos passos, perde o chão. Despenca. Está em queda livre, ganhando velocidade.
Não é possível enxergar nada além da imensidão branca, monótona, há luz emitida de todos os lados. Não parece haver limite para a queda de Johnny. Ele constata, contudo, que há uma atmosfera, pelo menos. Utiliza-se disso para alterar a direção de sua queda. Sente o modo com que o ar passa pelo seu corpo e o empurra em uma direção. Apesar da velocidade que adquire, não chega a nenhum lugar diferente. Está em queda por tanto tempo que já se acostumou com a resistência do vento. Pode se mover, mas, será que existe ar mesmo? Não há mais como dizer. A ausência de um ponto de referência o faz questionar sua velocidade. Não percebe o tempo que passou sem pensar nisso, mas não escuta mais nenhuma forma de som. Talvez realmente não haja ar passando através de suas orelhas. O fato de seu cabelo estar em pé deve ser baseado na ausência de uma força gravitacional então. Não há mais nada nesse lugar que possa exercer tal força sobre ele! Johnny questiona a necessidade então de coisas como força gravitacional e existência do ar. Nessas circunstâncias, pra quê precisaria disso?
E essa cor branca? De onde vem? Essa luz? O que há nesse lugar para ver? O que há nesse lugar para sentir? Pensa então que se por acaso fechar os olhos e se convencer de que ao invés de branco tudo se trata da cor preta, como se o branco viesse da própria cabeça, ao abri-los novamente não enxergaria nada, nada mais de branco por todos os lados. Assim tenta.
Ao abrir novamente os olhos, não há o que enxergar, está tudo escuro. Questiona então de quê que servem os seus membros. Para quê os quer agora? Já não os enxerga, e ao tentar tocá-los, constata que já não consegue mais.
Talvez isso tudo seja uma ilusão provocada pela imersão em um tanque de isolamento! Só pode ser! Mas não se lembra de nada de um possível momento anterior à imersão em tal tanque. O fato é que só restou ele e a própria consciência. É como se não tivesse mais acesso a nada além da própria imaginação. Se não existe outra coisa, pra quê ele existe então?
Só resta mais uma coisa desaparecer. Esse é o lugar onde nada existe além de uma coisa só. Johnny sente como se tivesse perdido seu significado, assim como o chão, o ar, a luz, a matéria.
Nada mais existe.